Quem é Patrick Paul

A proposta do blog é informar as atividades do professor e pesquisador francês, Dr. Patrick Paul, que vem ao Brasil desde a década de 80, convidado a ministrar cursos e palestras em universidades brasileiras, dentre elas as Faculdades de Saúde Pública e Medicina da USP. Dr. Patrick está morando em São Paulo e coordenando trabalhos que integram ciência e tradição numa perspectiva antropológica, transpessoal e transdisciplinar de autoformação.

Patrick Paul é Doutor em Medicina, DEA (mestre) de Ciências em Microbiologia, Mestre em Antropologia Médica, Doutor em Artes, Ciências Humanas e Ciências da Educação, com Pós-Doutorado e Livre-Docência em Ciências da Educação. Tem formação em Acupuntura e Homeopatia, é professor na Universidade de Tours (Ciências da Educação), professor de Medicina Tradicional Chinesa e pesquisador na Universidade Paris XIII – Norte, Laboratório de Pedagogia da Saúde, EA 3412. Desde 1992 é membro do Centre International de Recherche et d’Etudes Transdisciplinaires (CIRET). Desde junho de 2011 é professor visitante da Faculdade de Medicina da USP.

Dr. Patrick desenvolve trabalhos de pós-graduação na Faculdade de Medicina e de Saúde Pública da USP (Transdisciplinaridade e Educação Terapêutica). Há mais de 30 anos dá cursos para grupos de estudos iniciáticos de Cabala, Alquimia, Busca da Cavalaria e Gênese Bíblica, dentre outros, bem como cursos de extensão universitária e de autoformação, formando grupos de estudos transdisciplinares, no Brasil, há mais de 15 anos. A partir desse ano (2011) está morando no Brasil, dando sequência aos seus cursos e possibilitando o atendimento individual acompanhado.

É autor de mais de dez livros publicados, entre eles: "Saúde e Transdisciplinaridade (EDUSP: 2013)", “Formação do sujeito e transdisciplinaridade: história de vida profissional e imaginal (Ed. Triom, 2009)" e “Os diferentes níveis de realidade (Ed. Polar, 1998, 3ª Edição em 2011)". Autor de diversos artigos em revistas, membro de conselho editorial, coordena obras coletivas. É membro de diversas associações científicas e grupos de pesquisa. Saiba mais em: www.patrickpaul.com.br

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Grupo de Pesquisa SAÚDE E TRANSDISCIPLINARIDADE

FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Grupo aberto e informal

Frequência: reunião uma vez por mês, de fevereiro a junho de 2012 , na última segunda-feira de cada mês.
Datas: 27/02 ; 26/03 ; 30/04 ; 28/05 ; 25/06.
Horário: das 13h30 às 17h30.
Local: Departamento de Medicina Preventiva
           (FMUSP, Av. Dr. Arnaldo, 455 - 1 º andar, Sala 2232)
Público-alvo: acadêmicos e não-acadêmicos. Nível mínimo necessário: Graduação*

Professor responsável pelo Grupo de Pesquisa:
Patrick Paul
Médico, doutor em Medicina na Universidade Méditerranée dAix-Marseille II, mestrado em bioquímica e microbiologia na Faculdade de Ciências da Universidade Paris Diderot Paris VII (1977), mestrado em Antropologia Médica na Faculdade de Medecina de Bobigny-Paris XIII (1999), doutorado em Ciências da Educacão pela Universidade Francois Rabelais de Tours (2001), França, e Habilité à Diriger des Recherches - HDR (equivalente à Livre Docência) em Ciências da Educação na Universidade Rennes II. Professor Visitante da Faculdade de Medicina da USP, vinculado ao Depto de Medicina Preventiva.
Contato: docppaul@orange.fr 

Outros membros do grupo organizador:
Américo Sommerman
Filósofo, mestre em Ciências da Educação pela Universidade Nova de Lisboa, Dr. em Difusão do Conhecimento pela Universidade Federal da Bahia.
                      
Aparecida Magali de Souza Alvarez
Psicóloga, Mestre, Doutora e Pós-Doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Pós-Doutora em Ciências da Educação pela Universidade François Rabelais, Tours, França
Contato: apmagali@terra.com.br


Gabriel Lescovar
Psicólogo, Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Univ. Católica de São Paulo, Doutor em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da USP, Pós-Doutorando pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.
Contato: gzlescovar@gmail.com 
                        
Programa :
  • Apreender os problemas apresentados pelo aumento das doenças crônicas e suas consequências no campo da saúde.
  • Precisar a questão das representações em saúde (pacientes, profissionais de saúde), refletir sobre as suas consequências nos atos terapêuticos (relação entre profissionais e doentes, relação e comunicação interprofissional).
  • Introduzir a problemática dessas relações por meio do que fundamenta a epistemologia do saber disciplinar e por seus modos possíveis de resolução: pluri, inter e transdisciplinaridade.
  • Discutir as consequências práticas oferecidas graças a essas novas abordagens, subentendidas por diferentes modelos de saúde, por diferentes lógicas de tratamentos : articulação entre doença e doente, abordagem científica e hermenêutica (cuidado), questionamento ético
  • Implementação da pesquisa transdisciplinar, alguns exemplos práticos :
                ° Diferenciar pesquisa disciplinar e transdisciplinar
                ° Trabalhar em conjunto sobre propostas de pessoas no grupo
                ° Como promover o diálogo entre diferentes representações de saúde (homeopatia,  acupuntura...)
                ° Pesquisa qualitativa; possível ligação com a pesquisa quantitativa
                ° Reflexões sobre a questão da mudança de paradigma na ciência
                ° Como gerir o diálogo entre pacientes e profissionais de saúde

Justificativa :
Todos os estudos em saúde mostram, em todos os países, um grande aumento das doenças crônicas. Essa situação traz numerosas consequências à saúde: aumento de custos para a coletividade, diminuição da qualidade de vida dos pacientes, implicação de um número maior de profissionais de saúde para atender as necessidades, problema do diálogo interprofissional.
A relação médico-paciente nesse nível precisa ser modificada. Não podemos mais tratar uma doença e sim acompanhar um doente, por isso a importância da humanização da medicina e da introdução de novos conceitos (o de «cuidado», por exemplo).

Mas a introdução dos sujeitos, de sua subjetividade na prática médica corresponde, de fato, a uma revolução paradigmática. Efetivamente, a epistemologia científica, ligada ao fechamento das disciplinas e à objetividade dos fatos buscada na anamnese da doença com seu objetivo diagnóstico, não pode responder à abertura exigida pelo reconhecimento de um doente e de sua subjetividade, subjetividade esta que intervem no resultado terapêutico (observância...). Além disso, a essa nova epistemologia do sujeito e da subjetividade soma-se a questão das relações exigidas pelo imperativo de comunicação e de ações concertadas entre as disciplinas.
Essa nova construção epistemológica que integra e ultrapassa o paradigma científico atual requer um aprofundamento, conceitual e metodológico.

Bibliografia :
De Alvarenga, A. T., 1994, « A saúde pública como campo de investigação interdisciplinar e a questão metodológica » Revista Saúde e Sociedade » N° 3/2, Faculdade de Saúde Pública da USP, pp. 22-41

Ayres, J.R.C.M., 2004,  « O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde: Revista Saúde e Sociedade », V.13, N° 3, pp16-29, set-dez 2004

Canguilhem, G., (1966) Le normal et le pathologique, Quadrige, PUF

D’Ivernois, J-F., Gagnayre, R., 3ème édition, 2008, « Apprendre à éduquer le patient », Ed. Maloine

Gagnayre, R ., 2002, « L’éducation thérapeutique et les compétences du patient. Pour une pédagogie de la compétence », Ann dermato Vénérol, 2002 ; 129 ; 985-989

Morin, E., Introduction à la pensée complexe, ESF Editeur, 1990

Paul, P., 2010, « Pensamento complexo e interdisciplinaridade: abertura para mudança de paradigma ? » in : Arlindo Philippi Jr. e J. Silvia Neto (org) « Interdisciplinaridade em ciência, tecnologia & inovaçao .» 1ère Ed. Barueri : Manole/CAPES/USP/UERJ/UFSC, Brasil, pp. 229-259

Paul, P., 2009, « Formação do sujeito e transdisciplinaridade, história de vida profissional e imaginal » Ed. Triom, São Paulo, Brasil

Paul, P., 2008, « La métaphore du tissage comme illustration des relations conscient/inconscient », dans « Regards transdisciplinaires sur la conscience et l’inconscient », Rencontres transdisciplinaires N° 20, mars 2008, bulletin interactif du CIRET, coord. B. Nicolescu, pp. 75-91 inconscient, et : http://basarab.nicolescu.perso.sfr.fr/ciret/bulletin/b20/b20c8.html

Paul, P., 2007, « Por uma antropologia global, entre biologia, psicossociologia cultural e espiritualidade,», dans « O Sujeito na Educação e Saúde : desafios da contemporaneidade », sous la dir. de Leda Virginia Alves Moreno ; Margrete May Berkenbrock Rosito, Ed. Loyola et Centro Universitario Sao Camilo, pp. 33-53, Sao-Paulo, Brésil

Paul, P., 2005, « Transdisciplinaridade e Antropoformação : sua importância  nas pesquisas em saúde », N° especial - V.14 N° 3, set – dez 2005, « Inter e Transdisciplinaridade em saúde », Revista Saúde e Sociedade », Escola de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, pp 72-92

Paul, P., 2005, « A dimensão ética na educação para a saúde » Revista Saúde e Sociedade », V. 14 N° 1, jan.- abr 2005, pp 30-40, Ecole de Santé Publique, Université de Sao-Paulo
Paul, P., 2001, Relação  médico-patiente, Ed Agape, São Paulo, Brasil

Paul, P., 2011, Os diferentes níveis de realidade. O Paradoxo do Nada, Ed. Polar, São Paulo, Brasil.

Pineau, G., novembre 2000, « Recherches transdisciplinaires et Université », communication à l'Université du Extremo Sul Catarinense, Brésil, dans « Transdisciplinarité et formation », Coord. Par P. Paul et G. Pineau, 2005, Ed. L’ Harmattan, pp. 11-27

Wunenburger, J.J., La raison contradictoire - Science et philosophie modernes - La pensée du complexe, Ed. Albin Michel, 1990

Maladies chroniques :  http://www.sante.gouv.fr et Haute Autorité de Santé http://www.has-santé.fr  Observance thérapeutique : sante.@uquebec.ca (dez 1998)

*Obs.: é necessária uma entrevista preliminar com uma das pessoas do grupo organizador. O objetivo é apenas levantar as razões pelas quais a pessoa pretende participar do grupo de pesquisa e suas motivações em relação à inter / transdisciplinaridade.

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